terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Tillandsia witeckii H. Büneker, R. Pontes & K. Soares

O gênero Tillandsia, dentre as Bromeliaceae, é o que apresenta o maior número de espécies, cerca de 610 (Luther 2010), dispersas pelas três Américas como epífitas, terrícolas ou saxícolas, habitam os mais diversos ambientes, podendo ocorrer em regiões secas ou também em florestas úmidas, desde o alto das montanhas frias até os vales nebulares e da beira do mar até o interior do continente (Leme & Marigo 1993).
No Rio Grande do Sul (Brasil), os primeiros levantamentos do número de espécies de Bromeliaceae foram organizados por Rambo (1967) e Reitz (1967), os quais citavam 14 espécies do gênero Tillandsia para esse Estado. Estudos posteriores revelaram uma série de novas ocorrências de outras espécies ou descreveram novas (Ehlers 1997, Rauh 1984, Strehl 2000, 2004, Winkler 1982). As mais recentes, descritas por Strehl (2000, 2004), T. afonsoana, T. bella, T. itaubensis, T. jonesii, T. winkleri e T. rohdenardini, também são saxícolas e possuem ocorrência restrita. Atualmente são citadas 25 espécies de Tillandsia para o Rio Grande do Sul, 18 são consideradas ameaçadas de extinção neste Estado (Forzza et al. 2013, Rio Grande do Sul 2003).



Hábitat de Tillandsia witeckii em Piratini-RS (Brasil)
Hábitat de Tillandsia witeckii em escarpa rochosa às
margens do rio Camaquã

Tillandsia witeckii foi descrita recentemente (Büneker et al. 2014) e até o momento é conhecida apenas em uma escarpa rochosa localizada às margens do rio Camaquã, no município de Piratini, na serra do sudeste do Estado do Rio Grande do Sul (Brasil), onde é encontrada como casmófita e saxícola.


Inflorescência de Tillandsia witeckii

Tillandsia witeckii parece estar relacionada morfologicamente com T.ramellae W. Till& S. Till, que ocorre no Chaco (Paraguai), pela cor das brácteas e das pétalas, assim como o porte e o aspecto vegetativo geral


Holotypus de Tillandsia witeckii depositado no herbário HDCF

Em seu ambiente natural T. witeckii, quando em estado vegetativo, muito se assemelha com T. lorentziana. Porém uma análise mais acurada das características vegetativas das duas espécies revelam suas diferenças: T. witeckii possui folhas eretas ou suberetas, nunca reflexas e as folhas jovens possuem tom rosado. Já T. lorentziana possui as folhas mais externas reflexas e as folhas jovens cinéreas. Quando férteis são facilmente distinguidas pelas flores disticamente dispostas e com pétalas brancas de T. lorentziana em oposição às flores polisticamente dispostas e com pétalas violáceas de T. witeckii.
O epíteto específico presta homenagem ao descobridor da espécie, o professor e naturalista Leopoldo Witeck Neto, Engenheiro Florestal e docente no Colégio Politécnico da Universidade Federal de Santa Maria.



Leopoldo Witeck Neto e Tillandsia witeckii



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